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Quem fica desempregado primeiro?

Atualizado: 20 de jul. de 2022

A partir do final de 2016, o Brasil se acostumou a apresentar mais de 10 milhões de pessoas desocupadas, que se atenuou nos últimos meses e se aproxima de 15 milhões. Além disso, o Fundo Monetário Internacional aponta que a taxa de desemprego nacional deve se manter em dois dígitos até 2025. O problema do desemprego no Brasil é estrutural e carece de um entendimento melhor sobre a temática.


Para avaliar melhor as características da movimentação da ocupação para a desocupação, a Roberta, Sandro e o Angelo, das Universidades de Brasília e Goiás, procuraram avaliar quais trabalhadores tem maior probabilidade de perder seus postos de trabalho. Veja o artigo completo.


Avaliando o período de 2002 a 2016, os autores classificaram os postos de trabalho nas classes Alta, Média-Alta, Média, Média-baixa e Baixa. As duas primeiras são compostas por vínculos de melhores rendimentos e condições de trabalho, também sendo os mais estáveis. A classe Média tem alta taxa de formalidade, mas é formada baixos salários. Por fim, as classes mais inferiores têm piores indicadores de remuneração e formalização.

​Categorias

Renda Méda (R$)

Distribuição amostral

Taxa de informalidade

Alta

2.876

13,1%

16,6%

Média-alta

1.030

35%

18,9%

Média

832

34,4%

12,5%

Média-baixa

1.021

4,2%

45,9%

Baixa

710

13,3%

29,9%

A avaliação dos autores evidencia que a perda de emprego não é aleatória, ela está relacionada à posição da ocupação e às condições sociais do colaborador, colocando grupos da população em posições mais vulneráveis ao desemprego.


Entre tais grupos, destaca-se o desafavorecimento em função do gênero, que aparece com mais força que o quesito racial. Assim, a participação feminina no mercado de trabalho está mais propensa ao desemprego, inclusive nas classes mais inferiores das ocupações.


Na visão dos autores, o efetivo combate à precariedade do trabalho no Brasil passa por dois problemas estruturais: a insuficiência na geração de empregos qualificados e o enorme estoque de ocupações precárias, com trabalhos de baixa remuneração e alta informalidade.

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