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O Impacto da Pós-Graduação sobre o estado de Saúde Mental

Atualizado: 20 de jul. de 2022

Aproveitando que temos um público de pós-graduação entre nossos estimados leitores para um alerta, é preciso cuidar da nossa saúde mental!


E isso não parte da apenas da nossa visão viesada e subjetiva da vida acadêmica. A Bárbara Kuenka, da Universidade de Maringá investigou o impacto dos cursos de pós-graduação no estado de saúde mental dos alunos brasileiros e comprovou o efeito depreciativo sobre nossa saúde.


Durante a última década, houve um aumento de 39% das matrículas em pós-graduação stricto sensu, que se referem a cursos de mestrado e doutorado, sem incluir mestrado profissional e especialização. Ao lado disso, o relatório da Organização Mundial da Saúde (WHO) aponta que o Brasil tem a maior taxa de indivíduos com depressão da América Latina (5,9%).


A relação de maior incidência de depressão em estudantes de pós-graduação surgem deste a década de 80, quando foi verificado a proporção mais elevada em alunos de Medicina.


Hsu e Marshall (1987) haviam detectado, já na década de 1980, que a proporção de pós-graduandos com sintomas de depressão clínica era consideravelmente mais elevada que a do padrão geral da sociedade.


Para avaliar o caso brasileiro, a Bárbara utilizou da Pesquisa Nacional da Saúde e fez um pareamento (Propensity Score Matching) para criar um grupo de comparação que tivesse as mesmas características dos nossos alunos de pós-graduação. Esta avaliação comprovou o efeito prejudicial da pós-graduação sobre a saúde mental.


Diante disso, uma série de fatores podem ser apontados como indutores da situação, entre eles, a pesquisadora sinaliza para:

  • O ritmo mais lento de absorção destas pessoas no mercado de trabalho, gerando angústia e insatisfação financeira;

  • A crescente competição nos processos seletivos, de desempenho para produção de artigos e para bolsas de estudos.

  • Alta carga de dedicação ao curso, minimizando possibilidades de exercer outras atividades, sejam elas de lazer ou remuneradas.

Então o papo é o seguinte: a ciência é linda, mas de nada lhe adianta ter um diploma se a sua felicidade não está em dia. Primeiro você, depois os estudos.

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