A pandemia de COVID-19 trouxe uma série de desafios e incertezas para todo o mundo. Dentre as medidas adotadas para conter a propagação do vírus, o lockdown se destacou como uma estratégia restritiva de distanciamento social, mas que acabou sendo intitulada por alguns como a principal causa para o desemprego subsequente.
Para avaliar o impacto do distanciamento social nas condições de saúde e da economia local, os pesquisadores Marino e Menezes-Filho realizaram um estudo que compilou decretos de distanciamento social e combinou-os com dados públicos para identificar um conjunto de municípios tratados que adotaram o lockdown e um grupo de controle com cidades dos mesmos Departamentos Regionais de Saúde.
A pesquisa foi realizada entre maio e junho de 2021 no Estado de São Paulo.
Utilizando um modelo de Diferença-em-Diferenças, os pesquisadores estimaram os efeitos do lockdown. Os resultados revelaram que a política de afastamento social teve impactos significativos na redução da propagação do vírus.
Uma semana após sua adoção, houve um aumento no isolamento social, seguido de uma diminuição nos casos a partir de duas semanas e uma redução nas mortes a partir de quatro semanas.
No entanto, o estudo também apontou que o lockdown não causou alterações significativas no emprego. Os resultados sugerem que a adoção ou não da política de afastamento não afetou o emprego nos municípios avaliados.
O artigo completo pode ser encontrado na última versão da Revista Estudos Econômicos, da USP.
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